Com sessenta e dois anos sinto que estou recomeçando, e esse recomeço dá um sentido profundo demais à minha vida.

Como quem borda uma manta com retalhos de memórias e afetos, ela se cobriu de si mesma.

Eu também não sei quando foi a última vez que a mãe levou “Ki-Suco” para a turma, quando foi que andei na minha bicicleta pela última vez, qual foi o último jogo no campinho, quando eu enterrei pela última vez a lata com as bolinhas de gude, e quando foi que virei adulto para esquecer onde elas estão enterradas.  Hoje, carrego comigo vários pedidos de desculpas impossíveis. 

"(...) — Ei Papagaio, bora lá, mano, anuncia as ofertas aí! — Gritou-lhe o jovem gerente. — Eu vou ser herói, Seu Pantoja! — respondeu Papagaio. — Vais ser é desempregado! Se não começares a trabalhar, vais levar farelo! (...)

Ele sorriu satisfeito. Tinha nas mãos, e era capaz de pegar, tudo o que fora necessário por toda a sua vida.

Como seria se em vez de fingir que estava tudo bem, se em vez de eu ter contado aquela piada, eu tivesse dito que estava triste, naquele dia?

Esse texto é para quem suspira no filme em que aparece a moça no bar e esbarra no amor da sua vida… para quem entra em um café só para ficar imaginando que poderia acontecer algo assim na vida real, fora das telas e dos livros.

Em seus olhos morenos A luz no palco tornava-se opaca Podia-se sentir a angústia do medo A angústia que sua tensão causava

Quero encontrar um espelho que ignore minha carne, meus ossos, minhas vísceras…

"... chegava a criar uma espécie de intimidade com o texto e, ao escreve-lo, parecia a despedida de um amigo que faria falta. "

Serei feliz Não importa a luta O suor

um suspiro, por dia, vem se tornando minha própria esperança...

...levou a mão ao pescoço, onde durante quase toda a vida usara um escapulário, o qual fora descartado por recomendação do produtor e da

… mas aquelas paredes.. ah!, sabiam seus segredos… viram a intimidade das fotos que enviava… viram as expressões que usava. Viram o suor de