O Vazio Silencioso
- luís menna barreto

- 11 de abr.
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Em seus olhos morenos
A luz no palco tornava-se opaca
Podia-se sentir a angústia do medo
A angústia que sua tensão causava
Com a música preenchendo o vazio
As harpas e tambores lentamente silenciando-se
As inúmeras feridas em seus preciosos pés
Sendo sufocadas por suas frágeis sapatilhas de ponta
Que não suportam a dor de vê-la vazia
Sua beleza não consegue mais competir com o som da melodia
Um ser tão gracioso quanto uma bailarina, hoje se encontra presa em suas próprias feridas
Queimando fracamente, como uma vela que luta contra a cera que escorre por sua forma
De tanta dedicação ao pedestal, ela se perguntava
Se uma bailarina cair no palco
E não houver ninguém para segurá-la
Ela ainda faria algum som?
João Menna, em 9 de abril de 2025




Sim faria. Bem sutil, que poucos ouviriam...