Devolvo-me ao Criador levando talentos multiplicados! Estou pronto para prestar minhas contas!

Ele contou para ela, a história de cada tatuagem, e das lembranças que cada uma trazia! Havia o nome da irmã em uma delas. O nome da mãe em outra. Sobre o ponto de interrogação tatuado na panturrilha, no meio de uma névoa, ele nunca falava, mas ela sabia que aquela significava seu pai.

Elô havia acordado atrasada, o que era raro, naquela manhã chuvosa típica dos janeiros de Belém do Pará. O pequeno despertador à pilha comprado na loja de “1,99”, parara de funcionar.

Eu também não sei quando foi a última vez que a mãe levou “Ki-Suco” para a turma, quando foi que andei na minha bicicleta pela última vez, qual foi o último jogo no campinho, quando eu enterrei pela última vez a lata com as bolinhas de gude, e quando foi que virei adulto para esquecer onde elas estão enterradas.  Hoje, carrego comigo vários pedidos de desculpas impossíveis. 

Ele sorriu satisfeito. Tinha nas mãos, e era capaz de pegar, tudo o que fora necessário por toda a sua vida.

Como seria se em vez de fingir que estava tudo bem, se em vez de eu ter contado aquela piada, eu tivesse dito que estava triste, naquele dia?

Esse texto é para quem suspira no filme em que aparece a moça no bar e esbarra no amor da sua vida… para quem entra em um café só para ficar imaginando que poderia acontecer algo assim na vida real, fora das telas e dos livros.

In her Moreno eyes The light on the stage became dull One could feel the anguish of fear The distress that her tension cause

Em seus olhos morenos A luz no palco tornava-se opaca Podia-se sentir a angústia do medo A angústia que sua tensão causava

A matemática do amor nunca obedece ao exato. Quando de 2, resta apenas o meu próprio 1, sinto que sobra sempre menos de minha metade… 

"... Rima com o abraço de retorno... rima com o "não" que a ..."

O coração de mãe, sabia há tempos… mas era diferente ouvindo-o falar. Talvez não estivesse preparada.

"No fim..."